casamento no candomblé /

O Candomblé é uma das mais importantes religiões de influência africana presentes no Brasil. Trazida pelos escravos, a doutrina cultua deuses que possuem personalidades, habilidades e rituais distintos, chamados orixás. Tradicionalmente, cada tribo africana tem como base o culto a um orixá específico – e, no geral, diferente dos vizinhos.
No Brasil, cerca de 1,5% da população tem o candomblé como sua religião. Segundo o Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (UFBA), há 2230 terreiros – local onde acontecem os rituais do Candomblé – registrados apenas naquele estado, considerado importante reduto da doutrina no País.
Por aqui, a religião acabou se tornando uma mistura de tribos diferentes, e é possível identificar divisões variadas, com diferenças notadas nas divindades veneradas e seus respectivos ritos.
Por causa dessas características independentes, a cerimônia de casamento no Candomblé pode mudar muito de acordo com a região onde é realizada e conforme as divindades que acolhem a união. Em geral, ela é realizada em um terreiro e conduzida por um babalorixá, o sacerdote que tem ligação com o orixá do templo.
Os valores familiares são muito importantes para o Candomblé, seja qual for o orixá cultuado. O casamento é considerado um passo importante para a consolidação da família, e a escolha da esposa é um momento muito delicado, uma vez que a mulher é vista como ponto de harmonia, educação e formação cultural do povo. São exatamente estes os valores lembrados na celebração da união do casal.
Durante a cerimônia, a energia do orixá é invocada para contemplar os noivos e conceder à nova família todas as riquezas que o humano não tem capacidade de produzir, como “coisas boas”, plenitude e felicidade. Os noivos vestem trajes brancos e, após receber a aprovação do orixá, são ungidos com elementos naturais, como folhas e frutas.

 
Casamentos nos espaços sagrados das religiões de matriz africana tornam-se mais frequentes no Brasil
Não tinha nada em comum, nem um ponto que pudesse identificar que poderia dar certo. Mas, foi o jeito simples, simpático e o comprometimento dele no candomblé e pela busca intensa de conhecer e entender a religião – mesmo não fazendo parte dela – que me chamou a atenção pela primeira vez". Isabela Silva, de 25 anos, estudante de pedagogia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisadora de questões raciais e militante em prol da luta contra a intolerância religiosa, descreve assim o início do amor pelo estudante de direito Diogo de Rezende. Relação que iniciou numa festa e se concretizou na cerimônia religiosa de casamento ocorrida este ano no terreiro Ile Axé Kiniba, na cidade de Colombo, região metropolitana de Curitiba.
A cerimônia foi realizada pelo babalorixá Jorge Kibanazambi, que chama a atenção para o fato de que, durante muitos anos, desde o período colonial havia uma predominância da igreja católica no Brasil, em que os sacramentos só eram aceitos se fossem oriundos do catolicismo. Esse fato tornou-se tão inserido no cotidiano das pessoas que, mesmo após a permissão e o reconhecimento por meio de leis e da própria Constituição Federal de 1988, é de hábito dos fiéis de religiões de matriz africana – segundo o babalorixá – consumar os batizados e casamentos na igreja católica. "Muitos têm a percepção que é a única Instituição ainda em condições legais para realizar tais atos. Não que se tenha qualquer forma de discriminação, porém, cada religião tem seus rituais e suas cerimônias para todas as necessidades de seus fiéis. E as de matriz africana incluíram-se nessa colocação",

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